domingo, 12 de abril de 2009

É mesmo assim

A nossa personalidade vai sendo construída ao longo da vida. As nossas experiências moldam-nos o carácter e vão fazendo a pessoa em que nos tornamos.

Por isso, rio-me para mim quando dizem "ah, esta tem uma personalidade muito forte"...parece que a pessoa está, de certa forma, catalogada. É ainda mais curioso quando assistimos a uma mudança radical na maneira de ser dos outros, ou mesmo de nós próprios. O problema é quando nos são pessoas queridas...qual é a nossa tendência? Trazê-la de volta ao antigamente! Mas esquecemo-nos que o tempo anda sempre no mesmo sentido, sempre para a frente! Não deveríamos nós tentar "reconquistar" o nosso espaço nessa pessoa como ela está agora? Será mais fácil do que levar a pessoa a uma regressão no tempo, na prática!

Essa pessoa mudou porque experimentou novas experiências, passe o pleonasmo. E essas experiências nós não podemos nem devemos apagar! É o espaço dela. Estamos a interferir com a liberdade dela. Também não gostamos quando interferem com a nossa,certo? Decerto compreendemos isto...

E ainda mais: ao mesmo tempo que essa pessoa mudou, nós também mudámos! Incrível! Em vez de lidarmos com uma mudança, lidamos com duas, e ainda por cima, uma delas é na nossa pessoa. Lidar com esta dualidade não é, por vezes, fácil. Faz falta afastar-mo-nos da situação. tentarmos ver de outras perspectivas e até falar com um terceiro...

Esta é uma situação que acontece com uma frequência tal que quase nunca temos nem tempo nem cabeça para reflectirmos. Cada vez mais fazemos mais contactos, mais amigos ( de diferente intimidade, como é lógico) e depois ou perdemos o contacto ou perdemos se calhar aquele à-vontade que sentíamos anteriormente. Não significa que gostemos menos da pessoa, antes pelo contrário: até sentimos falta dela e de como tudo era dantes! Mas é necessário um espaço novo, e esse espaço demora o seu tempo, tempo esse que corre sempre, ao ritmo da gota de água a cair...

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