sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

O último acto

Entramos em Dezembro,e o frio vai chegando a pouco e pouco, instalando-se de mansinho por entre as frestas. E, quer queiramos ou não, a palavra Natal vai entrando aos poucos no nosso subconsciente, quer através dos meios de comunicação social, quer das pessoas que nos rodeiam, que foram, também elas, despertadas para este evento.
Para sabermos verdadeiramente o que é o Natal, não podemos perguntar a uma criança, o que é uma pena, pois elas só estão despertas para uma parte do Natal. E não poderão dar aquela resposta sincera e profunda, com a qual pais e restantes presentes ficam enternecidos...
Não. Para descobrirmos a essência do Natal, e como era antigamente, a melhor opção são os nossos avós. Porque são de um tempo em que se dava importância aos valores e às causas sociais, e no qual as prendas passavam despercebidas. O tempo em que o Natal era a reunião da família, e que isso era a principal fonte de felicidade . O tempo em que as famílias eram unidas e a hipocrisia, se a havia ( porque acho que é quase inevitável, se quisermos ser preciosistas ), era menor e disfarçada com educação e diplomacia.
Hoje, em dia, como todos sabemos, o Natal é uma árvore com prendas, e um jantar e um almoço. Isto é o que consigo percepcionar, das opiniões que vou ouvindo casualmente, aqui e acolá. É a maior jogada de marketing de sempre, assim como o maior fenómeno comercial do ano. É o último grito e o clímax do consumismo!
Eu não suporto o Natal. Por muitas razões...Primeiro porque sempre tive a presença de quatro famílias em dois dias e, apesar de saber perfeitamente quais eram as minhas duas famílias de sangue, perdia muito em termos de mística, porque a realidade era ( e é, mas está a acabar ) andar de um lado para o outro, acudindo a todos os fogos, sem saber se era desejado ou necessário e tendo a certeza que, por minha vontade, nada daquilo seria desta forma.
Segundo, e talvez um pouco em função do primeiro, o meu conceito de família é muito estranho aos olhos dos outros. A família para mim são as pessoas que gostam de mim e eu gosto delas, e a companhia de um e do outro é apreciada e estimada mutuamente.
Por isso, para mim um Natal em família seria juntar os meus familiares que fazem parte da minha "família", juntamente com os meus amigos, e passarmos um bom bocado. Porque a mim não me faz confusão dar um presente a uma pessoa que eu goste em qualquer altura do ano. Não dou porque se calhar o outro iria achar estranho e havia possibilidade de se gerar um certo mal -estar. Para mim Natal é o ano todo, porque eu procuro ajudar as pessoas de quem gosto durante todo o ano, ser simpático para com todos e não "explodir" à mínima faísca. E isto não é presunção, basta perguntar a quem me conhece.
Terceiro...o meu melhor amigo passa o Natal sozinho em casa, enquanto eu e a minha mãe vamos a casa dos meus avós umas horinhas para fazer o "politicamente correcto". Isto acontece há alguns anos, e deixa-me muito triste mesmo. É uma pessoa pela qual tenho a maior estima e que não merece que isto aconteça, mas por causa da bestialidade de algumas pessoas esta situação arrasta-se.
Para acabar com este texto, dizer que este ano vou participar numa acção de caridade com pessoas mais desfavorecidas, e por causa disto espero que seja um "Natal" mais recompensador.
Porque Natal é o ano todo.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

O sonho

Hoje sinto que houve um encontro...Talvez andasse perdido, lá longe, algures por entre as árvores de uma paisagem perfeita. O que é certo é que voltou a haver unidade entre corpo, mente e alma, e por isso sei que posso voltar ao meu percurso ou, pelo menos, àquele que faço tensões de seguir.
É engraçado quando somos pequenos e dizemos "...Ah, eu quero ser médico!..." e uns tempos depois "...não, isso era dantes. Agora quero ser polícia!" . Estes são os nossos sonhos profissionais, aos quais juntamos a nossa viagem de sonho, eventualmente um carro de sonho, uma casa de sonho, etc...Porque queremos crescer e chegar onde os grandes já estão e nem sequer temos consciência, por mais que nos tentem dizer, da sorte que temos em ser pequenos, que não há preocupações nem responsabilidades, a conhecida frase do "aproveitem enquanto podem" e coisas do género.
A verdade é que vamos crescendo e vamos construindo outros sonhos, decorrentes da experiência de vida entretanto adquirida. Mas há aquele sonho que nos faria dar três voltas ao Mundo para o concretizar... E é esse que nos faz levantar todos os dias, encarar cada dia como uma etapa para alcançar aquele objectivo.
O problema é quando esse sonho não está definido. Quando andamos meio perdidos, em busca de um rumo no meio do caos que é a vida hoje em dia, não conseguimos ter motivação para continuar. E surgem dilemas existenciais, e perguntas do porquê...
Eu penso que se deveria dedicar mais tempo à reflexão e à exploração do eu, porque noto que frequentemente as pessoas não se conhecem. E se não nos conhecemos, é mais difícil conhecer os outros...
Falando de mim, tenho vários sonhos profissionais. Passei pelo problema de andar um pouco desorientado, mas dei uma oportunidade a mim mesmo de demonstrar que é isto que quero. Até agora não me desapontei, mas esta busca tem que ser feitas por todos, para o bem de todos...

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Percalço

Hoje é daqueles dias que me sinto vazio...nem sei se tristeza se solidão se outra coisa, mas é certo que não estou cá e não estou bem. A mente anda divagando pelo infinito e mais além, não consigo fazer nada de jeito e atrapalho-me todo. E os outros estão a levar um pouco por tabela...Só quero que isto passe, e vou fazer por isso

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Ponto de fuga

Surge uma conversa fácil, para quebrar o silêncio.
As pessoas encontram traços e opiniões comuns, entusiasmam-se e o diálogo ganha fôlego...
Mas nos dias de hoje, a conversa converge quase sempre para as queixas e reclamações: "é incrível como as pessoas tem essa atitude" e expressões idênticas tem lugar na fala corrente de todos.
O que me faz pensar que todos estes problemas de hoje muito mediatizados, e outros ainda maiores nunca irão ser expostos ao julgamento público, surgem muitas vezes devido a uma inacreditável falta de bom-senso.
Mas o que é o bom-senso? Bem, segundo a Wikipédia, em Português do Brasil, é "um conceitoargumentação que é estritamente ligado às noções de Sabedoria e de Razoabilidade[1], e que define a capacidade média que uma pessoa possui, ou deveria possuir, de adequar regras e costumes à determinadas realidades, e assim poder fazer bons julgamentos e escolhas. Pode, assim, ser definido como a forma de "filosofar" espontânea do homem comum, também chamada de "filosofia de vida", que supõe certa capacidade de organização e independência de quem analisa a experiência de vida quotidiana." Peço desculpa desde já por eventuais lapsos de edição de texto. O que me interessa destacar aqui é que se calhar muitos de nós reconhecem esta capacidade como aquela que mais falta faz.
Um dos meus grandes e "nobres" objectivos de vida é conseguir enraizar o culto e a prática do bom senso, pelo menos entre aqueles que me são próximos. Claro que o ideal seria implementar a grosso modo na maioria do pessoal,mas...como diz e bem o povo chinês,
usado na "Antes de começar o trabalho de modificar o mundo, dê três voltas dentro de sua casa."
Portanto, e em jeito de acabamento, apelo para que vocês mesmo valorizem mais quem tem bom senso e que façam um esforço para o usarem.
Porque nunca é tarde demais...

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Diamante por lapidar

Há pouco tempo fiz uma viagem aos Açores...
Pouco tempo. Quase nada. Dois dias... Aterrei em Ponta Delgada numa manhã enevoada, e não vi nada do avião. Saí do aeroporto, onde dois colegas a quem considero amigos me foram esperar. Fomos ao hotel pôr as malas e saímos para dar uma volta pela ilha. O Tempo não estava connosco e depois de uma manhã a passear pouco tinha visto, mas o suficiente para me despertar o interesse e a vontade de voltar...
Entre treinos, almoços e jantares fantásticos e muitas voltas pela ilha em dois dias, tive uma das melhores experiências da minha vida, tendo a certeza que ganhei amigos e que eles também ganharam a minha amizade.
O meu muito obrigado e espero que tenha retribuído minimamente

terça-feira, 7 de julho de 2009

O Homem: preto no branco

Foi hoje o funeral de uma das pessoas mais emblemáticas do século XX. Michael Jackson não foi só um artista de topo, como cantor e dançarino, mas também um homem de partilha e de entrega aos outros.
Para mim, MJ foi o maior "entertainer" que conheci até hoje. Ninguém tinha uma capacidade tão grande de chamar a atenção, de prender o olhar e de magnetizar o público. Foi um pioneiro na forma de dançar. Aqueles passo tão típico, o Moonwalk...próprio de um predestinado.
No entanto, foi vítima de tremendas injustiças. Desde de abusos do pai até sofrer de uma doença de despigmentação da pele e ser mal interpretado...Tudo aconteceu a este homem extraordinário. Depois de ter doado milhões de dólares a instituições de caridade ao longo da sua fantástica carreira, acabou a vida endividado e sozinho sem ajuda.
É triste ver que ninguém ajudou esta estrela. É também por pequenas coisas como esta que se vê a pequenez das pessoas e dos povos. E é ao vermos estas situações que tiramos ilações e olhamos para o nosso "mundinho" e vemos que,quem sabe, um dia poderemos estar na mesma situação.Está nas nossas mãos impedi-lo. Quase certo será que não teremos a notoriedade ou os incríveis fãs que este grande senhor tem, por isso aprendamos com os erros dos outros.
Para mim, Michael Jackson foi excepcional. A muitos níveis. Talvez por isso cause desconforto às pessoas reconhecerem que ele foi brilhante em tudo, porque procuram sempre um defeito no qual se possam refugiar...

domingo, 5 de julho de 2009

...duas imagens distintas

Este ano já não podia faltar a essa festa na Invicta...Aliciei amigos meus da faculdade e enchemos um carro. A noite foi óptima, mas foi diferente. Preferi o primeiro ano, em que a adrenalina estava no seu máximo devido à aventura que era.
Sei que já não passo sem o S.João. E recomendo, pois as gentes do Porto dão um cariz familiar a esta festa. É tão engraçado ver famílias inteiras, todos juntos com martelinhos na mão...Só compreende quem lá foi...
Devo à cidade do Porto uma mudança na maneira como encaro a vida. Como isso não tem preço, estou eternamente agradecido.

O mesmo espelho...

No dia 23 de Junho do ano transacto, praticamente há um ano atrás, passaram-se várias coisas importantes, que mudaram a minha vida. A menos importante, a meu ver, foi o exame de Matemática. A mais importante foi uma experiência alucinante que vou relatar: tinha acabado o exame e perguntara uns dias antes aos meus amigos se queriam ir ao S.João no Porto. Alguns ainda me deram esperanças, ao dizer "sim,talvez..." mas chegada a hora da verdade estava sozinho. E dessa vez não fiz algo típico da minha pessoa, que seria recuar e desistir. Não. Pelo contrário. Ainda me deu maior vontade de ir. É de referir que tinha combinado com uma amiga do Porto encontrar-mo-nos, para que não ficasse verdadeiramente sozinho.
Um dos meus melhores amigos veio comigo até à Gare do Oriente, e desejou-me boa sorte. Meti-me no comboio e enganei-me no lugar...Houve umas discussões a meio da viagem mas ninguém me demoveu. Estava ansioso pela festa. Cheguei ao Porto, que estava envolto em nuvens, prometendo chuva. Saio da estação de Campanhã e apanho um táxi para a Ribeira. Junto ao rio a cidade fervilhava, com martelinhos, alhos-porro e balões de S.João. O cheiro a sardinhas e febras flutuava com o ventinho que se levantava do mar... Teria que me orientar sozinho até depois do jantar, porque a Inês ( é assim que a minha amiga se chama) iria jantar com a família. Ora, tinha três horas à minha frente...
Estas três horas podem-me ter mudado consideravelmente. Digamos que pus os meus defeitos à prova. Se, por um lado, não queria estar sozinho, por outro lado a enorme timidez que tenho face a novas situações impedia-me de estabelecer contactos. Venceu claramente a vontade. Pus a timidez de lado ( afinal de contas, ninguém me conhecia e quaisquer juízos de valor não teriam importância futura) e avancei para alguns grupos de portuenses. Um não do primeiro, um não do segundo e por fim um não do terceiro...Desmotivei um pouco. Sentei-me à beira-rio, para reflectir um pouco. Estava eu perdido nos meus pensamentos quando reparei que três ingleses estavam a falar comigo.
Oportunidades boas são para aproveitar!Juntei-me a eles e fomos andando por ali, comendo e bebendo. Entretanto ia tentando comunicar com a Inês, mas a partir de certa hora deixei de conseguir...Depois deixei de me preocupar, afinal já me estava a divertir à grande! A meio da noite dois dos ingleses foram para o hotel. O outro, Rob, estava-se a divertir tanto como eu e fomos andando por aí, infiltrando-nos em grupos e rindo sempre sem parar. De manhã, fomos até à estação de S. Bento para eu apanhar o comboio de volta para Lisboa. Um grande abraço foi o ponto de despedida desta aventura.
As ilações são muitas e úteis: primeiro, os amigos, como seres humanos, também falham, e saber reconhecer as suas falhas, compreendê-las e aceitá-las é dar um passo de gigante em direcção à fraternidade. Segundo, a vontade e a determinação fazem toda a diferença, mesmo quando tudo à volta acabou de ruir e não há ninguém além de nós mesmos a sustentar a nossa ideia. Terceiro, sou das pessoas mais teimosas que conheço e, desta vez, isso foi benéfico.
Desde então, nunca mais desisti de nada apenas por ir sozinho, porque vontade e determinação tenho de sobra. É à custa destes atributos que a Humanidade evoluiu e, a meu ver, continuará a evoluir...

terça-feira, 2 de junho de 2009

Budo no quotidiano

Quem comecou o dia vendo que tinha apenas uma aula de 2 horas não imaginava certamente as peripécias que iriam surgir entretanto. Um dia normal, tranquilo com almoço em casa e estudo a seguir, que seca...É a vida, não nos podemos queixar, estamos cá para aprender e disfrutar.
A maratona começa às 17 e 15, quando, já atrasado, tomo consciência das horas e saio disparado para o supermercado para ir comprar o essencial : água e leite. Volto a casa, deixo as coisas e vou em direcção à cidade das sete colinas, pela conhecida A5. Montado na máquina, sempre a debitar entre 120 e 140, chego às Amoreiras às 17 e 45. Até à praça Duque de Saldanha foram 40 minutos entediantes até ao extremo, já que as colunas do rádio já viram melhores dias...Cheguei ao Areeiro às 18 e 40 para ir buscar uns bilhetes para uma festa para alguns amigos da faculdade, através de uma amiga minha. Tive uns 10 minutos a conversar com ela, já não falávamos há uns tempos e ela também está em fisioterapia, foi bom trocarmos experiências. Às 19 começa a minha senda por um lugar para o carro da minha mãe, mas não um lugar qualquer : tem que ser um lugar ali na praça mesmo em frente a casa. Para isso abdiquei do meu treino, e não me custou pouco! Ainda assim, consegui estacionar às 19 e 30 e segui, apanhei o Metro (para ajudar mais um bocadinho quando fui carregar o bilhete do Metro aquilo deu erro e ainda tive que esperar mais um pouco para ter o bilhete operacional). Desço para a plataforma e um grande amigo encontra-me, para grande espanto meu. A expressão dele era de uma tranquilidade celestial...Havia qualquer coisa de familiar naquela expressão, que me fez saudade dos velhos tempos.
Voltando ao relato, saí do Metro e andei em passo acelerado 10 minutos a subir para ainda ir ao dojo perguntar se havia alguma novidade em relação à viagem que o Mestre planeia fazer aos Açores, no primeiro fim de semana de Agosto, a fim de dar lá uma acção de formação. Não havia nada defintivo, apenas promessas de que quarta ou sexta-feira já teria os dados finais para poder pedir orçamentos à agência do meu pai, que foi para onde fui a seguir. Mais 10 minutos a andar, ia dar eventuais informações sobre a viagem e ia apanhar o carro da minha madrasta, levava-a a casa e ia a casa da minha mãe. Chegamos ao carro e este estava com a roda bloqueada...e eu que já tinha visto,disse antes de chegarmos ao carro mas ela pensou que estivesse a gozar...Antes estivesse, que 50 € aleija sempre!! Mais uma hora de espera e finalmente veio o reboque, lá desbloqueou o carro. O mais caricato foi ela tentar tirar satisfações do pobre polícia de trânsito, questionando-o sobre a pertinência daquele sinal de estacionamento proibido ( de facto, é bom reconhecer que aquele sinal não tinha a mínima justificação naquele local, mas as regras são feitas para serem respeitadas...e quebradas). Eu só queria ir embora, tinha a minha mãe à espera...
Colocando a paciência acima de tudo, finalmente peguei no carro e levei-a a casa. Já só, fui para casa ( consegui lugar à porta, extraordinário! ) e consegui jantar com a minha mãe, cujos olhos brilhavam de felicidade por me ter ali, naquele momento de convívio. Tive depois de deixar Lisboa, não sem antes apanhar o camião do lixo no caminho logo à saída de casa, o que se traduziu em mais 10 minutos de viagem. Já cheguei a casa e encontro-me a escrever...
O que se passou hoje foi engraçado: praticamente todas as acções relatadas tiveram como beneficiário(s) o(s) outro(s). E talvez seja por isso que tenha a sensação de dever ( mais do que ) cumprido. A boa disposição com que encarei estas peripécias acima narradas advém de muitos anos de ensinamentos, treino e prática. E acredito que esteja agora a começar a dar os primeiros frutos...
Porque o que nos ensinaram pode ser esquecido, o que aprendemos nunca deve ser esquecido, para nosso bem. E foi tão somente isto que me aconteceu hoje e que quis relatar: apliquei directamente os ensinamentos que obtive ao longo dos anos. E por isso o dever cumprido.

terça-feira, 12 de maio de 2009

De dia os gatos não são pardos

Hoje páro, mais uma vez, para pensar. Mas porquê? Porque é que tudo é tão complicado? As coisas não são complicadas,as pessoas é que as complicam. Parece até que toda a gente faz questão de tornar as coisas um pouco mais difíceis...um exemplo paradigmático é um jogador de futebol: se estiverem jogadores de vários países, todos os portugueses sabem qual é o seu compatriota: dá sempre um toque a mais na bola. Observem e constatem...

Chegamos a uma altura na vida em que encontramos pessoas que fazem da simplicidade o seu modo de vida. E, pelo menos no meu caso, todas elas são grandes. Ou grandes profissionais, ou grandes amigos, ou grandes pessoas,etc...No nosso quotidiano surgem inúmeras situações onde podemos facilitar, mas não o fazemos...Às vezes faltou algo aparentemente tão simples como dizer "sim" ou "não". Um dia acredito que podemos facilitar a vida a nós mesmos e aos outros. Porque os outros nos fizeram crescer e aprender, pensar nos outros é ser maior e melhor. Da minha visão simplista e idealista da vida não há melhor resumo que esta música, de um enorme artista de seu nome Bobby McFerrin, que todos conhecemos, "Don't Worry Be Happy". Quem foi ao concerto deste senhor sabe o que é a simplicidade de carácter, e isso é algo que se sente nos outros. Mas porque estive lá no concerto, há precisamente um ano atrás, esta citação que aqui deixo faz todo o sentido.

"A simplicidade é o que há de mais difícil no mundo: é o último reduto da experiência, a derradeira força do génio" by Bernard Shaw


sexta-feira, 1 de maio de 2009

Domo arigato gozaimasta

Talvez naquele momento algo despertou dentro de mim...não sei se foi a emoção das vozes ou a técnica da guitarra portuguesa ( que desejo atingir! ), a verdade é que ali brotou, de dentro de mim, o sentimento de que pertenço a algum grupo foi claro. Senti-me mesmo um estudante português. Aquela música, tão típica, não passa despercebida. O meu obrigado a quem me proporcionou este momento. Eles sabem quem são. Nunca serão esquecidos

segunda-feira, 27 de abril de 2009

a estrada abre-se,assim como o horizonte...

Este fim-de-semana iniciei a experiência de mudar de casa pela 1ª vez. Com um pequeno pormenor: vou morar sozinho, mas com todo o apoio logístico necessário. É uma revolução na vida, sem dúvida. Assegurar muitas das tarefas domésticas requer hábito e método. Porém, estou ciente das minhas capacidades. Sei que consigo. E por que não?
Sinto-me como um jogador de basquete que recebe um passe para o alley-oop (aquela jogada em que um jogador passa e o outro agarra a bola em pleno ar e afunda,sem pousar os pés). Agora tenho todas as condições, todos os dados na mão. Este é o verdadeiro teste às capacidades da pessoa em questão, eu portanto. A responsabilidade pesa, mas a bola já vem no ar, não posso falhar os 2 pontos...Geram-se algumas sentimentos de ansiedade, de responsabilidade e também por que não de autonomia e algum poder,até?
Sei que vou aprender. E tal como muitas outras, esta é mais uma experiência que não quero apagar.
Quero recompensar aqueles que acreditaram em mim. Eles merecem-no totalmente e estou em dívida para com eles.
Por último, saí da minha cidade: Lisboa. Continuo a ir aos fins-de-semana, mas é diferente...Guardo, no entanto, boas recordações, algumas das quais se reflectem nesta música de Ala dos Namorados:

Parava no café quando eu lá estava
Na voz tinha o talento dos pedintes
Entre um cigarro e outro lá cravava a bica,
ao melhor dos seus ouvintes

As mãos e o olhar da mesma cor
Cinzenta como a roupa que trazia
Um gesto que podia ser de amor
Sorria, e ao partir agradecia

São os loucos de Lisboa
Que nos fazem duvidar
Se a Terra gira ao contrário
E os rios nascem no mar

Um dia numa sala do quarteto
Passou um filme lá do hospital
Onde o esquecido filmado no gueto
Entrava como artista principal

Compramos a entrada p'ra sessão
Pra ver tal personagem no écrã
O rosto maltratado era a razão
De ele não aparecer pela manhã

São os loucos de Lisboa
Que nos fazem duvidar
Se a Terra gira ao contrário
E os rios nascem no mar

Mudamos muita vez de calendário
Como o café mudou de freguesia
Deixamos de tributo a quem lá pára
Um louco a fazer-lhe companhia

É sempre a mesma pose o mesmo olhar
De quem não mede os dias que vagueiam
Sentado lá continua a cravar
Beijinhos às meninas que passeiam.

São os loucos de Lisboa
Que nos fazem duvidar
Se a Terra gira ao contrário
E os rios nascem no mar

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Sopro vazio

Uma pessoa, uma ideia, um conceito. Normalmente é esta a sequência que faço com alguém. Se não a conheço, não faço ideias preconcebidas. Gosto de tentar dar à pessoa oportunidade para se mostrar...
Hoje em dia existe aquela máxima : "Não existe segunda oportunidade para causar uma boa primeira impressão"...E perante isto, as pessoas estão colocadas num julgamento terrível. Quantas vezes já condenámos alguém sem motivo suficiente? Foi só porque começou mal? Se calhar dávamos mais uma oportunidade...parece bem,não é?
Entra em jogo, se é que alguma vez saiu, aquilo que sentimos. Como conciliar? É a pergunta de uma vida! Ninguém melhor do que nós mesmos para responder, a resposta está bem perto, é só saber ouvir.
Por isso e, voltando ao início, e juntando as duas coisas, o que fazer com uma segunda oportunidade a uma pessoa? Sou a favor. Mas existe uma excepção.
O Nada. O Zero. A Ilusão. O que lhe quisermos chamar. E sobretudo, quando nos apanha desprevenidos. Tão desprevenidos que demoramos a aceitar e a ver, se calhar, o que é tão evidente. Receamos sair da perspectiva anterior, na qual estávamos confortáveis e não queremos sair. Porém não se trata de querer. A vida encarregou-se dessa decisão por nós e mudou as cartas do jogo. Não sabemos o que fazer. Não sabemos o que pode advir dessa segunda oportunidade, ficamos desarmados, inseguros e normalmente não agimos. Muitos de nós já passaram por esta situação e eu também. Mas a indiferença de opinião não é, seguramente, uma característica da nossa espécie. Todos tomámos uma opção, resta saber se a assumimos.
Falando por mim, ainda procuro a resposta. O nó entre razão e emoção está bem atado, por enquanto. O futuro revelará a via escolhida. O importante é decidirmos em consciência e, quanto a isso, há muito boa gente que não o faz...

segunda-feira, 13 de abril de 2009

O baptismo

Hoje foi o dia de exame de condução, que salvo uma falhazita, tudo fez-se bem. Mas não é para me gabar que aqui escrevo...
Depois do exame, já bastante satisfeito comigo próprio, fui levar dois amigos ao Colombo. O que significa atravessar meia cidade em hora de ponta, com o detalhe simpático de estar a cair aquela chuvinha miúda, que já não nos visitava há já algum tempo. Resultado: uma aventura na qual deixei ir o carro abaixo 4 vezes e por milagre não bati em alguém. Parece cómico mas não é, tendo em conta que levei uma máquina de 4,6 metros, 95 cavalos e 1600 cc...A comparar com o carro da condução, que é um Yaris a diesel, que é tranquilo... É uma mudança do dia para a noite,praticamente. Correu tudo bem e chegámos inteiros a casa, eu e o carro.

domingo, 12 de abril de 2009

Efeito borboleta

Um simples facto da vida reside nas consequências das nossas acções. Todas as acções têm consequências, para nós e para os outros. Ainda me lembro de falarmos, em Filosofia, da melhor acção, se era pela intenção ou pelas consequências (para tornar o mundo um local mais feliz).

Grande debate isto gerou na altura na sala de aula, uns por um lado e outros por outro e ainda aqueles que não aderiam a uma perspectiva mas que conseguiam reconhecer prós e contras numa e noutra doutrina...Na altura estava mais inclinado para a perspectiva sobre as consequências, mas apreciava sobretudo as pessoas debaterem as suas ideias.
Quando nos identificamos com algo (uma visão,perspectiva,doutrina,etc), os argumentos que existem a favor dela parecem-nos tão óbvias e tão fáceis de entender que tentamos explicar desesperadamente ao outro e ele tem a perspectiva oposta, dizemos "sim,ok, mas não entendes isto?" E discorremos sobre a nossa opinião, sem nunca nenhum dos dois realmente escutar o outro.

Já me estou a desviar do título...a minha opinião que tive nesse debate mantenho-a ainda hoje. E porquê? Pela motivo elementar de que não estamos sós no Mundo. Vivemos numa sociedade em que cada um tem um espaço. Aquilo que fazemos vai-se, automaticamente, repercutir em muitas pessoas e situações. Por isso, o que fazemos deve, deveria e deverá ser ponderado, pois deixamos sempre algo ou alguém menos bem...É aqui que entra a máxima, a meu ver, do mal menor!enfim...

Toda esta reflexão tem um alvo: os pais. É impressionante o poder e a influência dos pais nos primeiros anos de uma criança. Qualquer aspecto menos positivo da conduta dos pais molda o comportamento de uma criança, que depois só se nota ou percebe muitas vezes na idade adulta. Esta é, para mim, a suprema responsabilidade. É a consciencialização dos pais de que tudo o que fazem irá ter consequências nos filhos, mais cedo ou mais tarde.
Daí considerar que o modelo de educação melhor passa por dar referências, directrizes e liberdade com responsabilidade.

Um exemplo: Há uns anos largos, haviam duas crianças com os pais. Estavam de férias, perto da praia. Os miúdos, de 7 e 8 anos, ansiosos por ir para a praia, não conseguiam conter a excitação e o entusiasmo. O pai, já farto de os ouvir a questionar sobre quando iriam para a praia, disse: "Querem ir? Vão." E eles, incrédulos: "Podemos?" O pai anuiu e nem cinco minutos passaram e eles já estavam a caminho da praia, que ficava a 1,5 km por uma estrada de terra batida.
A mãe ficou ansiosa e preocupada e só descansou quando os viu na praia, sãos e salvos. O pai confiava na educação que dera aos filhos e nos próprios filhos. Sabia que eles eram capazes, e porque não? Também lhes podia acontecer qualquer coisa quando estivessem os quatro todos juntos,verdade?Os miúdos sentiram-se capazes e responsáveis, e claro que tiveram todos os cuidados e mais alguns.

Afinal de contas, as oportunidades são feitas para serem aproveitadas.

Como um grande amigo meu me recordou hoje a sabedoria chinesa:

"O passado é história, o futuro um mistério, o agora uma dádiva. Daí ser chamado de presente"

É mesmo assim

A nossa personalidade vai sendo construída ao longo da vida. As nossas experiências moldam-nos o carácter e vão fazendo a pessoa em que nos tornamos.

Por isso, rio-me para mim quando dizem "ah, esta tem uma personalidade muito forte"...parece que a pessoa está, de certa forma, catalogada. É ainda mais curioso quando assistimos a uma mudança radical na maneira de ser dos outros, ou mesmo de nós próprios. O problema é quando nos são pessoas queridas...qual é a nossa tendência? Trazê-la de volta ao antigamente! Mas esquecemo-nos que o tempo anda sempre no mesmo sentido, sempre para a frente! Não deveríamos nós tentar "reconquistar" o nosso espaço nessa pessoa como ela está agora? Será mais fácil do que levar a pessoa a uma regressão no tempo, na prática!

Essa pessoa mudou porque experimentou novas experiências, passe o pleonasmo. E essas experiências nós não podemos nem devemos apagar! É o espaço dela. Estamos a interferir com a liberdade dela. Também não gostamos quando interferem com a nossa,certo? Decerto compreendemos isto...

E ainda mais: ao mesmo tempo que essa pessoa mudou, nós também mudámos! Incrível! Em vez de lidarmos com uma mudança, lidamos com duas, e ainda por cima, uma delas é na nossa pessoa. Lidar com esta dualidade não é, por vezes, fácil. Faz falta afastar-mo-nos da situação. tentarmos ver de outras perspectivas e até falar com um terceiro...

Esta é uma situação que acontece com uma frequência tal que quase nunca temos nem tempo nem cabeça para reflectirmos. Cada vez mais fazemos mais contactos, mais amigos ( de diferente intimidade, como é lógico) e depois ou perdemos o contacto ou perdemos se calhar aquele à-vontade que sentíamos anteriormente. Não significa que gostemos menos da pessoa, antes pelo contrário: até sentimos falta dela e de como tudo era dantes! Mas é necessário um espaço novo, e esse espaço demora o seu tempo, tempo esse que corre sempre, ao ritmo da gota de água a cair...

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Vicissitudes da vida

Já alguma vez se sentiram como uma bola num jogo de matraquilhos? Pontapeados de um lado para o outro,todos nos querem mas esquecem-se do mais importante,ou seja, de se colocarem no lugar do outro.

Este é, de facto, um dos problemas mais importantes na nossa sociedade e talvez seria melhor deixarmos de olhar para o nosso umbigo, levantarmos a cabeça e vermos o que se passa em nosso redor, aprender com os outros, observar e gozar, porque sozinho não tem mesmo piada...

É mais ou menos assim que hoje me sinto, com a proximidade do meu aniversário. Com a existência de atritos familiares, tenho que me desdobrar,durante o dia,em várias deslocações, de modo a estar com todos e vice-versa. Há sempre aqueles que nos são mais próximos e não podemos realmente prescindir deles,mas se calhar os outros não podiam vir ao meu encontro?Provavelmente é o único dia do ano em que tenho legitimidade suficiente para pedir às pessoas para ultrapassarem os seus problemas e comparecerem todos. Nem que seja por uma questão de respeito em relação à minha pessoa, porque "obrigam-me" a perder o meu dia para atender a todos.
Por isso, é altura de tomar opções, assumi-las e lidar com as suas consequências, porque já temos idade para isso. Nesta altura já sabemos que é impossível deixar todos na melhor situação,por isso vale a lei do mal menor...
E,como diria um programa da RFM, "já agora,vale a pena pensar nisto"

Tão simples,tão verdade e tão fácil de esquecer...

Never thought I'd feel this way
And as far as I'm concerned I'm glad I got the chance to say
That I do believe I love you

And if I should ever go away
Well then close your eyes and try to feel the way we do today
And than if you can't remember.....

Keep smilin'
Keep shinin'

Knowin' you can always count on me
for sure
that's what friends are for

In good times
And bad times
I'll be on your side forever more
That's what friends are for

Well you came and open me
And now there's so much more I see
And so by the way I thank you....


Ohhh and then
For the times when we're apart
Well just close your eyes and know
These words are comming from my heart
And then if you can't remember....Ohhhhh

sábado, 28 de março de 2009

um momento de simples iluminação

"A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos" - Charles Chaplin

Um acordar

Tenho um sonho. Mas esqueço-me...de mim e dos outros. Naquele caminho que quero fazer deixei, momentaneamente,companheiros que fazem parte de mim e que não quero abandonar nem quero que me abandonem. Eu sou o responsável e aquele que pode trazer o equilíbrio ao meu percurso. Talvez me tenha perdido um pouco,mas não o quero. Quero apenas ser maior e melhor,mas fui egoísta. Quando olho lá para fora e vejo o mundo que existe,tenho a ambição de fazer e ir mais longe,conhecer mais...Mas depois lembro-me que o melhor que temos está mesmo ao nosso lado e sempre o desperdiçamos,não apreciamos e muitas vezes ignoramos