segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Este senhor tinha jeitinho com as palavras :)

Reverência ao Destino

Carlos Drummond de Andrade

Falar é completamente fácil, quando se tem palavras em mente que expressem sua opinião.
Difícil é expressar por gestos e atitudes o que realmente queremos dizer, o quanto queremos dizer, antes que a pessoa se vá.

Fácil é julgar pessoas que estão sendo expostas pelas circunstâncias.
Difícil é encontrar e refletir sobre os seus erros, ou tentar fazer diferente algo que já fez muito errado.

Fácil é ser colega, fazer companhia a alguém, dizer o que ele deseja ouvir.
Difícil é ser amigo para todas as horas e dizer sempre a verdade quando for preciso.
E com confiança no que diz.

Fácil é analisar a situação alheia e poder aconselhar sobre esta situação.
Difícil é vivenciar esta situação e saber o que fazer ou ter coragem pra fazer.

Fácil é demonstrar raiva e impaciência quando algo o deixa irritado.
Difícil é expressar o seu amor a alguém que realmente te conhece, te respeita e te entende.
E é assim que perdemos pessoas especiais.

Fácil é mentir aos quatro ventos o que tentamos camuflar.
Difícil é mentir para o nosso coração.

Fácil é ver o que queremos enxergar.
Difícil é saber que nos iludimos com o que achávamos ter visto.
Admitir que nos deixamos levar, mais uma vez, isso é difícil.

Fácil é dizer "oi" ou "como vai?"
Difícil é dizer "adeus", principalmente quando somos culpados pela partida de alguém de nossas vidas...

Fácil é abraçar, apertar as mãos, beijar de olhos fechados.
Difícil é sentir a energia que é transmitida.
Aquela que toma conta do corpo como uma corrente elétrica quando tocamos a pessoa certa.

Fácil é querer ser amado.
Difícil é amar completamente só.
Amar de verdade, sem ter medo de viver, sem ter medo do depois. Amar e se entregar, e aprender a dar valor somente a quem te ama.

Fácil é ouvir a música que toca.
Difícil é ouvir a sua consciência, acenando o tempo todo, mostrando nossas escolhas erradas.

Fácil é ditar regras.
Difícil é seguí-las.
Ter a noção exata de nossas próprias vidas, ao invés de ter noção das vidas dos outros.

Fácil é perguntar o que deseja saber.
Difícil é estar preparado para escutar esta resposta ou querer entender a resposta.

Fácil é chorar ou sorrir quando der vontade.
Difícil é sorrir com vontade de chorar ou chorar de rir, de alegria.

Fácil é dar um beijo.
Difícil é entregar a alma, sinceramente, por inteiro.

Fácil é sair com várias pessoas ao longo da vida.
Difícil é entender que pouquíssimas delas vão te aceitar como você é e te fazer feliz por inteiro.

Fácil é ocupar um lugar na caderneta telefônica.
Difícil é ocupar o coração de alguém, saber que se é realmente amado.

Fácil é sonhar todas as noites.
Difícil é lutar por um sonho.

Eterno, é tudo aquilo que dura uma fração de segundo, mas com tamanha intensidade, que se petrifica, e nenhuma força jamais o resgata.



quarta-feira, 10 de novembro de 2010

São Martinho dá-me a capa que tenho frio

Encontro-me em casa, a estudar. À minha frente está uma vista deslumbrante, um sol radioso incide sobre a Baía de Cascais, criando os mais diversos reflexos. Mas aparece e desaparece, constantemente, numa instabilidade premente. Parece adivinhar que os tempos que aí vêm serão de forte rebuliço...não poderia estar mais certo.
A partir de agora veremos de que fibra há cá em casa. Eh pá, esqueci-me...se os tipos da Meo vêem isto, não me largam de vez! E já chega ter que deixar o telefone de casa tocar muitas vezes, porque até a criatividade para as desculpas está de baixa...
Um pouco mais a sério, este mês é decisivo. Grandes perspectivas de crescimento pessoal e profissional. O alcançar de um equilíbrio dinâmico mais elevado é a grande meta.Vamos a isso!

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Maturidade

Hoje apetece-me escrever. Decompor a palavra, escrutinar as letras e chegar ao cerne da questão. Observar cada esquina, cada traço, cada cor como se fosse a primeira vez... E redescobrir, todos os dias, com a sensibildade de um artista, que a vida tem pormenores deliciosos, que faz com que, pelo menos eu, não me farte nunca de cá estar, de aproveitar, de disfrutar de todos os pequenos momentos, desde uma meditação em frente ao mar até à mais forte bebedeira!
Não escondo que gosto de observar as pessoas. É um passatempo. Ver cada reacção, cada emoção expressa no olhar. Cada vez que o faço, apercebo-me de que, com o passar do tempo, sei cada vez menos sobre o ser humano. Sinto que vou ficando mais sensível e pressinto mais rapidamente as emoções dos outros, e muitas vezes sinto que exponho muito o outro quando falo com ele ou, por outra, sou precipitado e digo algo totalmente errado. Basicamente, estou a ganhar maturidade nesta área. E estou feliz por isso.
É frequente ouvir histórias contadas pelos meus pais, na quais as pessoas revelam uma falta de senso comum atroz. E preocupa-me. Preocupa-me sobretudo a despreocupação que existe em ultrapassarem os seus próprios medos.
O que é maturidade...a menos.
Cresçam.
Pensem.
Ajam.

sábado, 18 de setembro de 2010

Vamos ver se sai fumo branco

Augura-se um futuro auspicioso...Este ano promete muito trabalho, mas também será muito recompensador. A expectativa é, por isso, grande e veremos se o Magriço corresponde à exigência.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Lembrete

Hoje lembrei-me deste espaço, do quanto tempo já aqui foi passado, a reflectir e a escrever. Pensei naquilo que já passei, larguei umas boas gargalhadas com expressões invulgares por mim empregues.
Acontece que já não preciso tanto deste pergaminho como outrora. Será sinal do tempo? Falta de vontade? Uma letargia incontrolável? Não me parece... embora o último fosse bastante plausível, dado que a massa cinzenta encontra-se em estado de crisálida.
Prefiro antes considerar que o motivo foi uma melhoria notável, ao nível da comunicação por interacção directa. Se assim for, e acho que é provável que seja, é uma evolução, uma melhoria nas minhas competências, e é desejável que assim prossiga. Para reforçar a credibilidade deste palpite, tenho que estar atento aos outros.
De qualquer maneira, quero continuar aqui, a escrever qualquer coisa de jeito e de útil. Não só para mim, mas para todos. Quer seja para retirar uma mensagem, soltar um riso verdadeiro ou deixar um comentário com a sua opinião, a qual será lida pela minha pessoa.
Lembro-me que escrevi aqui, hoje, porque me lembrei deste espaço.
Dou, como humilde sugestão, que façam o mesmo (comunicar), cada vez que se lembram de uma pessoa, pois não é mais do que transmitir o pensamento que tivemos a quem está longe, e assim trazê-lo um pouco mais perto, quer da vista, quer do coração, como diz o provérbio.
Para terminar...faço minhas as palavras do grande senhor que foi Raúl Solnado..."façam o favor de ser felizes".

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Trechos perdidos, de expressão portuguesa...

Esta música recordo-a desde sempre, teria que estar presente neste espaço. A segurança do saxofone enche a música de carisma, e a letra leva-nos para terras e sonhos distantes do olhar, próximos das emoções...

Viagens - Pedro Abrunhosa

Já vai alta a noite, vejo o negro do céu,
deitado na areia, o teu corpo e o meu.
Viajo com as mãos por entre as montanhas e os rios,
e sinto nos meus lábios os teus doces e frios.
E voas sobre o mar, com as asas que eu te dou,
e dizes-me a cantar: "É assim que eu sou",
olhar para ti e ver o que eu vejo,
olhar-te nos olhos com olhares de desejo,
olhar para ti e ver o que eu vejo,
olhar-te nos olhos com olhares de desejo,
eu não tenho nada mais p'ra te dar,
esta vida são dois dias,
e um é para acordar,
das histórias de encantar,
das histórias de encantar.
Viagens que se perdem no tempo,
viagens sem princípio nem fim,
beijos entregues ao vento,
e amor em mares de cetim.
Gestos que riscam o ar,
e olhares que trazem solidão,
pedras e praias e o céu a bailar,
e os corpos que fogem do chão.
E voas sobre o mar, com as asas que eu te dou,
e dizes-me a cantar: "É assim que eu sou",
olhar para ti e ver o que eu vejo,
olhar-te nos olhos com olhares de desejo,
olhar para ti e ver o que eu vejo,
olhar-te nos olhos com olhares de desejo,
eu não tenho nada mais p'ra te dar,
esta vida são dois dias,
e um é para acordar,
das histórias de encantar,
das histórias de encantar...

Já esta é de uma fase mais recente, mas igualmente significativa.

Sozinho - Caetano Veloso

Às vezes, no silêncio da noite
Eu fico imaginando nós dois
Eu fico ali sonhando acordado, juntando
O antes, o agora e o depois
Por que você me deixa tão solto?
Por que você não cola em mim?
Tô me sentindo muito sozinho!

Não sou nem quero ser o seu dono
É que um carinho às vezes cai bem
Eu tenho meus desejos e planos secretos
Só abro pra você mais ninguém
Por que você me esquece e some?
E se eu me interessar por alguém?
E se ela, de repente, me ganha?

Quando a gente gosta
É claro que a gente cuida
Fala que me ama
Só que é da boca pra fora
Ou você me engana
Ou não está madura
Onde está você agora?

Quando a gente gosta
É claro que a gente cuida
Fala que me ama
Só que é da boca pra fora
Ou você me engana
Ou não está madura
Onde está você agora?

sábado, 8 de maio de 2010

Uma pequena dica para os que dirigem este cantinho da Europa

Aprender sem pensar é tempo perdido - Confúcio

quarta-feira, 14 de abril de 2010

odisseia citadina

O dia dos meus 20 anos foi sui generis. Uma avaliação, nem sequer digna desse nome, e umas aulas entediantes no hospital. Já não via o fim do dia para ir treinar, e libertar a mente para temas bem mais livres de responsabilidade. Tudo à pressa, dentro do rebuliço urbano que nos caracteriza no dia-a-dia. Chegado ao treino, alcanço a paz de espírito que procurava desde manhã. Durante uma hora, só contou a respiração e o movimento harmonioso,tudo o que eu precisava. E já seguia outra vez tudo à pressa desta feita para encontrar um lugar para pôr o chaço. Mais um sprint para casa, onde já estava na hora de começar a chegar a família. Entretanto tentava combinar com os amigos mais próximos um cafézinho para apenas conviver um pouco mais à noitinha. Missão entretanto dificultada pela inexistência de cobertura da rede móvel dentro do restaurante, o que convenhamos era a cereja no topo do bolo. Jantar animado, engraçado como as pessoas conseguem ultrapassar os problemas na vida e seguir em frente. Sem dúvida algo a aprender e incorporar...
Acabou o jantar e fui levar a minha madrinha de carro ao seu veículo. Fui buscar uma amiga e fomos ter a um café, para um convívio com os restantes que não poderiam faltar. Conversa, riso e um bom bocado podem parecer pouco, mas soube bem. Um pouco de Guitar Hero a seguir e uma viagem solitária e melancólica foi o ponto final deste dia que iniciou uma década nova, a década do desabrochar de uma identidade mais madura e definida.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Um dos grandes sonhos de todos nós é encontrar a pessoa "certa". Como nós não sabemos, onde e quando muito menos. Mas, através de algumas pequenas coisas que fazem a diferença, vamo-nos apercebendo de que, de facto, pode ser aquela a pessoa ideal, a nossa alma gémea. Segundo a minha mãe ( e eu subscrevo), esta frase de uma música do Rui Veloso vale mais do que muitos livros de psicologia: "Não se ama alguém que não ouve a mesma canção". Porque as grandes coisas são feitas de pequenos passos, e todos nós sabemos dar pequenos passos, porque não vamos mais além?

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

E diz assim e muito bem

Pelos fóruns que por aí grassam encontram-se muitos textos bons, mas este é particularmente feliz: "Quem escreve o que sente, jamais deverá ser culpado, por dor ou por alegria, exalta a mente e o espirito. Já garra demonstra aquele que além de escrever, espalha as palavras pelo espaço e actua, tornando o texto não uma vontade, mas um testemunho!"

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Quando passar na casa de partida,receba 200 : aí estão eles!

Há já algum tempo que não me debruçava sobre a escrita aqui...Também não pretendo fazer disto um diário, até porque não faz parte da minha maneira de ser, mas sim um conjunto de apontamentos e perspectivas do Mundo aos quais atribuo a categoria de crónicas, apenas para ter melhor aspecto e credibilidade para os mais distraídos.
Muitíssimo recentemente, iniciei um processo de análise consciente sobre o que era a minha vida, quais são os meus objectivos e como é que uso o tempo para atingi-los. À medida que este processo avançava, leve e lentamente, apercebia-me que não só era extremamente pertinente acabá-lo como passar da teoria à prática. Está mais perto do fim agora e por agora, uma vez que nunca acabamos nem o devemos acabar. Vamos esmiuçar bem os resultados, bocadinho a bocadinho, juntar tudo, fazer um novo puzzle e tirar ilações...
Ok. Fizemos isso, e então? Vemos alguma coisa em comum entre os problemas? Hum...vejamos outra vez, esmiuça mais um pouco. Separa. Junta de novo. Infere. E que tal?
No meu caso, temos vários inimigos "mais que públicos" e para serem abatidos há já umas temporadas largas. O meu arqui -inimigo, aquele com quem travo batalhas impossíveis todos os dias, é um mamífero, tem um metabolismo muito lento, vive na Amazónia ( e alugou a minha sombra quando eu era pequeno) e dá pelo nome de Preguiça. Enfim, nem vale a pena começar a dar exemplos, temos mais que fazer e toda a gente sabe do que falo. O que me acontece é que ela anda sempre colada a mim, não me dá descanso. Por outro lado, alguém muito sábio disse que os nossos inimigos são os nossos mestres, porque nos fazem aprender e, neste caso, sem dúvida nenhuma que é um inimigo, mestre é que já tenho algumas dúvidas...
De seguida vem um muito engraçado quando somos pequenos, mas quando crescemos e precisamos de trabalhar e estudar perde o encanto. Chama-se imaginação fértil. Basta-me olhar para alguma coisa, literalmente, que a mente já vai quilómetros a leste, sem que eu tenha hipóteses de a alcançar, agarrar e trazê-la de volta ao seu lar. O terceiro é a timidez, embora em quantidades vestigiais quando comparada com alguns anos atrás, mas ainda assim muito elevada para os níveis desejáveis. Muitas vezes não falo com as pessoas por motivos que...não lembram a ninguém, tenho receio de não sei o quê, porque, analisando, estas atitudes são completamente irracionais, daí serem tão difíceis de alterar.
Muito bem. Diagnóstico feito. Vamos aplicar o tratamento. Vou ser mais organizado, vou estabelecer as minhas prioridades e vou-me dedicar a elas. Afinal de contas, são prioridades.
Vejamos....Quanto à vida profissional, tirar melhores notas para ser um fisioterapeuta competente e assertivo, e estar sempre actualizado para fornecer ao utente o melhor tratamento possível. Quanto à vida pessoal...hum,tanta coisa. Começando pela actividade física, manter os treinos da minha arte de eleição, ingressar na natação, correr duas vezes por semana no mínimo e uma peladinha por semana, parece-me razoável. No que toca à música, ir a concertos de valor acrescentado e adquirir a guitarra eléctrica, já que o stock das melhorias na voz esgotaram. Vida sentimental e amorosa, dedicar-me mais a ela e não deixar que a razão impere sempre sobre o resto, pois a vida é feita de altos e baixos, ou pelo menos deve ser, se a quisermos viver na sua plenitude. Quanto ao resto, quero os meus amigos sempre por perto e em grande, eles sim são o mais importante.A família também. mas não tanto; afinal, não a escolhemos, como acontece com os amigos.
E vocês? Já fizeram o vosso processo de análise? Estão à espera de quê?
Bem me parecia...