domingo, 12 de abril de 2009

Efeito borboleta

Um simples facto da vida reside nas consequências das nossas acções. Todas as acções têm consequências, para nós e para os outros. Ainda me lembro de falarmos, em Filosofia, da melhor acção, se era pela intenção ou pelas consequências (para tornar o mundo um local mais feliz).

Grande debate isto gerou na altura na sala de aula, uns por um lado e outros por outro e ainda aqueles que não aderiam a uma perspectiva mas que conseguiam reconhecer prós e contras numa e noutra doutrina...Na altura estava mais inclinado para a perspectiva sobre as consequências, mas apreciava sobretudo as pessoas debaterem as suas ideias.
Quando nos identificamos com algo (uma visão,perspectiva,doutrina,etc), os argumentos que existem a favor dela parecem-nos tão óbvias e tão fáceis de entender que tentamos explicar desesperadamente ao outro e ele tem a perspectiva oposta, dizemos "sim,ok, mas não entendes isto?" E discorremos sobre a nossa opinião, sem nunca nenhum dos dois realmente escutar o outro.

Já me estou a desviar do título...a minha opinião que tive nesse debate mantenho-a ainda hoje. E porquê? Pela motivo elementar de que não estamos sós no Mundo. Vivemos numa sociedade em que cada um tem um espaço. Aquilo que fazemos vai-se, automaticamente, repercutir em muitas pessoas e situações. Por isso, o que fazemos deve, deveria e deverá ser ponderado, pois deixamos sempre algo ou alguém menos bem...É aqui que entra a máxima, a meu ver, do mal menor!enfim...

Toda esta reflexão tem um alvo: os pais. É impressionante o poder e a influência dos pais nos primeiros anos de uma criança. Qualquer aspecto menos positivo da conduta dos pais molda o comportamento de uma criança, que depois só se nota ou percebe muitas vezes na idade adulta. Esta é, para mim, a suprema responsabilidade. É a consciencialização dos pais de que tudo o que fazem irá ter consequências nos filhos, mais cedo ou mais tarde.
Daí considerar que o modelo de educação melhor passa por dar referências, directrizes e liberdade com responsabilidade.

Um exemplo: Há uns anos largos, haviam duas crianças com os pais. Estavam de férias, perto da praia. Os miúdos, de 7 e 8 anos, ansiosos por ir para a praia, não conseguiam conter a excitação e o entusiasmo. O pai, já farto de os ouvir a questionar sobre quando iriam para a praia, disse: "Querem ir? Vão." E eles, incrédulos: "Podemos?" O pai anuiu e nem cinco minutos passaram e eles já estavam a caminho da praia, que ficava a 1,5 km por uma estrada de terra batida.
A mãe ficou ansiosa e preocupada e só descansou quando os viu na praia, sãos e salvos. O pai confiava na educação que dera aos filhos e nos próprios filhos. Sabia que eles eram capazes, e porque não? Também lhes podia acontecer qualquer coisa quando estivessem os quatro todos juntos,verdade?Os miúdos sentiram-se capazes e responsáveis, e claro que tiveram todos os cuidados e mais alguns.

Afinal de contas, as oportunidades são feitas para serem aproveitadas.

Como um grande amigo meu me recordou hoje a sabedoria chinesa:

"O passado é história, o futuro um mistério, o agora uma dádiva. Daí ser chamado de presente"

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