sábado, 9 de abril de 2016

Um encontro momentâneo, uma dança efémera

Viver com outra pessoa torna-nos diferentes. Há um encontro de energias, hábitos, culturas e costumes, aos quais é impossível ficar indiferente. Somos obrigados a crescer, a deixar o nosso espaço, a nossa toca, o nosso ninho. O destino encarrega-se de definir a pessoa que nos cabe em sorte. No entanto, essa sorte afecta sobretudo a qualidade do nosso crescimento, empurrando-nos na direcção que pretendíamos, atirando-nos para o abismo ou desbravando caminhos desconhecidos.
A cumplicidade adquirida nessa convivência é algo mágico. Não acaba invariavelmente numa relação, embora essa cumplicidade seja condição quase indispensável numa relação. Aí está a diferença...
Quando vivemos de forma plenamente consciente, cada momento é uma oportunidade única de conhecermos um pouco mais da nossa pessoa, da outra pessoa e do ambiente em redor. Há um efeito de simbiose muito interessante que permite elevar a experiência a outro nível, um nível no qual reconhecemos que o todo vale mais do que a soma das partes. Daí que seja algo mágico.
Deixamos essa pessoa e voltamos à nossa solidão normal. Solidão por estar sozinho e não por estar só. A língua portuguesa não é suficientemente incisiva neste conceito... Voltamos a estar sozinhos e sabemos que já não somos os mesmos. A nossa plasticidade revela-se nas rotinas e gestos quotidianos, que, outrora familiares, agora parecem distintos. Encontramos o nosso novo Eu, a nossa nova rotina, mais uns passos na estrada deste caminho empedrado a que chamamos vida...

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